Por Marco Antonio Jordão
Fotos Tales Iwata
O programa Gente que Faz da Adolfo Turrion completa um ano, e para comemorar essa data trouxemos um amigo de muitos anos, o nosso querido Ronnie Von.
Desde novo, assistindo os programas de Silvio Santos e o Qual é a Música, onde o Ronnie brilhou por um bom tempo, sempre fui seu fã, e ao longo dos anos passei a admirar a sua postura e elegância como o ser humano fantástico que ele é. Uma das minhas músicas preferidas dele é Cachoeira (de Mar e Luar).
Ronaldo Lindenberg Von Schilgen Cintra Nogueira ficou conhecido nos anos 1960 como o “Príncipe da Jovem Guarda”, apelido dado pela imprensa por sua postura elegante e seu estilo romântico, ratificado pela midiática Hebe Camargo em seu programa de entrevistas à época como “O Pequeno Príncipe” em referência ao seu amor pela aviação (foi aluno do curso da Escola Preparatória de Cadetes do Ar, que precede o ingresso na Academia da Força Aérea) e por ser um leitor assíduo de Antoine-Marie-Roger de Saint-Exupéry, escritor, ilustrador e piloto francês.
Iniciou sua carreira de cantor na época da Jovem Guarda, embora nunca tenha participado do Programa Jovem Guarda apresentado por Roberto Carlos, Erasmo e Wanderléa, tendo tido grande sucesso com as canções “A Praça” (de Carlos Imperial) e "Meu bem" (uma versão em português do próprio Ronnie Von, para a canção Girl dos Beatles).
Em 1966, começou a apresentar, na TV Record, o programa O Pequeno Mundo de Ronnie Von, no qual interpretava um personagem baseado no livro O Pequeno Príncipe. A alcunha também funcionou como um contraponto ao apelido de "Rei", dado a Roberto Carlos, sendo que, na época, havia um certo clima de rivalidade entre os dois programas de televisão, um aos sábados e outro aos domingos.
O programa do Ronnie ganhou destaque na mídia, atraindo artistas diferentes daqueles que o programa Jovem Guarda costumava receber, dentre eles a cantora paulista Miriam Batucada, os futuros tropicalistas Caetano Veloso, Gilberto Gil, Gal Costa e o grupo Os Mutantes, que viria a se tornar atração permanente.
Diferenciou-se dos demais artistas da Jovem Guarda ao incluir em sua carreira influências de música erudita, MPB e até do psicodelismo, especialmente em álbuns experimentais da década de 1970, a trilogia psicodélica, obra da qual se orgulha e que ganhou status de cult, redescoberta por novas gerações.
Ao longo de sua carreira, vendeu mais de 10 milhões de discos, e do início dela até hoje, apresentou 16 programas de televisão, dentre os quais destacamos o breve Mãe de Gravata exibido na CNT e TV Gazeta entre 1999 e 2000, baseado em seu livro homônimo lançado em 1995; o programa Todo Seu exibido diariamente na TV Gazeta entre 2004 e 2019 onde registrava audiência média de 2 a 3 pontos; e atualmente na Rede TV com o Companhia Certa. Além de participações importantes no cinema e rádio.
Ronnie Von sempre foi um homem de múltiplos interesses: é apaixonado por arte, literatura, esoterismo e aviação. Também se destacou como empresário e escritor.
Consolidou-se como uma figura única no cenário cultural brasileiro, primeiro como ídolo musical da juventude, depois como apresentador refinado e carismático. Sua trajetória mostra a versatilidade de quem soube se reinventar sem perder a identidade.
Assista na íntegra a entrevista clicando no link: https://youtu.be/bBK-gOkUz0g