Por Marco Antonio Jordão
Foto Tales Iwata
Falar da Gráfica Spadari, com quase 100 anos de existência, é falar um pouco sobre a história dessa indústria no Brasil, pois em 1922 iniciou-se a era da modernidade do setor no país, com a introdução das máquinas de offset.
A indústria gráfica brasileira nasceu em 1808 com a chegada da corte portuguesa, oficializando a tipografia no país. Antes disso, a impressão era proibida na colônia por decreto da Coroa.
A proibição da impressão no Brasil foi uma peculiaridade da colonização portuguesa, já que outras colônias europeias já possuíam tipografias desde o século XVI. Dom João VI assinou o decreto de 13 de maio de 1808, criando a Impressão Régia, que hoje é a Imprensa Nacional. Ela foi responsável por imprimir toda a legislação, documentos oficiais e, em 10 de setembro de 1808, o primeiro jornal impresso no Brasil, a Gazeta do Rio de Janeiro.
Apesar de ter sido o primeiro a circular no Brasil, a Gazeta não foi o primeiro jornal brasileiro. O Correio Braziliense, que trazia críticas à corte, foi lançado em Londres meses antes por Hipólito José da Costa e circulava clandestinamente.
A partir de 1877, com a fundação da Rotermund, surgem as primeiras gráficas tradicionais, enquanto o processo de modernização ganha força um pouco mais tarde em 1922 com a chegada da primeira máquina de offset, que revolucionou a qualidade de impressão. A primeira máquina foi adquirida no Rio de Janeiro em 1922, e o sistema chegou a São Paulo em 1924, com a Gráfica Editora Monteiro Lobato.
Na década de 50 a indústria continuou a se modernizar. A revista Seleções teve sua primeira edição impressa com um equipamento moderno instalado na Companhia Litográfica Ipiranga. E na década seguinte, para capacitar profissionais, foi criada a Escola Técnica Nacional de Artes Gráficas, por meio de um convênio entre o Ministério da Educação (MEC) e o Senai.
Já em 1984, o setor gráfico incorporou a informática em seus processos, e em 1989 o Brasil sediou o IV Congresso Mundial da Indústria Gráfica (WPC), que contou com a participação de 33 países.
A preocupação com a padronização e a qualidade levou à elaboração de normas para o setor pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), em 1993.
A digitalização e a internet transformaram a indústria gráfica, que precisou se adaptar para oferecer novas soluções, como a impressão sob demanda. Apesar da concorrência do digital, o setor continua relevante, produzindo materiais como embalagens, rótulos e displays, além dos impressos tradicionais.
A indústria gráfica brasileira continua sendo um motor econômico, com um faturamento bilionário e participação significativa no PIB.
Tendo passado por todo esse processo de evolução e mantendo a sua frente (30 anos) a querida amiga Ilka Spadari, e mais recentemente trazendo seus filhos Renato e Cláudia para a operação, a Gráfica Spadari está em constante evolução, e continua a se adaptar às novas tecnologias e demandas do mercado, expandindo-se com o uso de processos como a impressão digital e a inteligência artificial, impulsionando a personalização, a agilidade e a inovação.
Saiba mais sobre essa história assistindo à entrevista completa clicando no link: https://youtu.be/6N0FsBnxcrE